E eis que Bruno Borges, o ocultista do Acre, apareceu! E agora? O que podemos aprender com esse caso.
Prezados,
desde que esse dito-cujo resolveu dar uma de Mister M e desaparecer
da face da Terra pelo simples motivo de ter lhe dado na telha fazer
isso, eu tenho batido de frente com essa galerinha zé ruela metida a
guru e que entope o c… de misticismo e esoterismo barato, que
resolveram tomar partido desse babaquinha e defender que ele tinha
sido levado por um disco voador para buscar conhecimento (Bilú
feelings). Apesar desse Bruno Borges só ter UMA foto em que ele está
ao lado de um suposto ET, nunca em nenhum momento ficou claro que ele
tinha alguma coisa a ver com ufologia, sequer qualquer envolvimento,
mas a imprensa canalha resolveu associar ele ao assunto e disso para
dar corda a milhares de “esquizotéricos” pelo país foi um pulo.
Por meses se especulou o paradeiro do jovem rapaz, mas quem tem
mínimo de senso percebeu que o “desaparecimento” dele nada tinha
de misterioso. Desde o início, a polícia já dava indícios de que
os amigos de Bruno estavam em complô para não dizer onde o fulano
estava e de que o sumiço foi sim programado. Não foi coincidência
também que os pais de Bruno resolveram publicar o trabalho do filho
(que ao que bem ouvi é uma bomba de mediocridade) enquanto a polícia
trabalhava na solução do caso.
Não
foi por acaso também que ao ser publicado, o tal livro Tac
– Teoria
da Absorção do Conhecimento agora
está entre os 20 mais vendidos (fala sério né galera!!!) e não
foi por acaso também que agora Bruno resolveu aparecer e dar
pouquíssimas explicações sobre seu sumiço.
Sua
entrevista ontem no Fantástico foi tétrica! Pra dizer o mínimo.
Esse rapaz demonstra ser desequilibrado ao extremo, mal articula as
palavras e seu olhar é vazio e distante. Poderia ser até um caso
para que ele seja processado e preso por ter enganado tanta gente
assim com seu suposto desaparecimento, enquanto a polícia gastava
tempo e recursos procurando uma pessoa que não queria ser
encontrada. Mas o fato é que se Bruno é mesmo maluco, como aparenta
ser, seu caso é para hospital psiquiátrico e não para a cadeia.
No
fim desse circo todo, a única coisa que eu posso lamentar é falta
de senso das pessoas e principalmente desses místicos que se agarram
a qualquer mentira escrota pra dar legitimidade as bobagens que eles
pregam. “Ah, o cara era ocultista, se ele sumiu então porque
foi para um plano superior” É Cômico se não fosse trágico!
Na maioria das vezes um sumiço é só um sumiço, um desenho é só
um desenho e um cara maluco é só um cara maluco, não existe nenhum
significado celestial, místico ou espiritual, apenas é só uma
pessoa tentando chamar a atenção. Que isso fique claro para os
próximos Brunos Borges que, com certeza, vão aparecer por aí,
dizendo-se detentores da “verdade” e da “iluminação”, mas
que tudo o que querem é te arrastar para o fanatismo e tomar seu
suado dinheiro.
MATÉRIA
DO G1 SOBRE O LIVRO DO BRUNO BORGES
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/livro-do-menino-do-acre-quais-os-ensinamentos-de-bruno-borges-em-tac-teoria-da-absorcao-do-conhecimento.ghtml
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/livro-do-menino-do-acre-quais-os-ensinamentos-de-bruno-borges-em-tac-teoria-da-absorcao-do-conhecimento.ghtml
Ele
tem aversão a sexo, gula e crase. Faz zero questão de parecer
modesto (cita a si mesmo, inclusive). Gosta de usar termos associados
a quem escreve difícil ("não obstante", "antemão",
"entrementes", "outrossim", "amiúde"),
mas não liga se a frase sai do nada e chega a lugar nenhum. Fiel ao
"espírito do tempo", arrisca até uma mesóclise eventual.
Humor? Só do tipo involuntário, e vamos encerrar a discussão a
esse respeito recorrendo ao trecho em que ele define o verbete
"ciência" – começa assim: "De acordo com a
Wikipédia...".
Assinado
por Bruno "o menino do Acre" Borges, o livro "TAC:
Teoria da Absorção do Conhecimento" (Arte e Vida) tem 191
páginas nas quais o autor (desaparecido
desde março)
faz grande esforço para explicar sua criação. A
obra,
que saiu no final de junho, acaba
de entrar no ranking das mais vendidas do país.
Faz
quatro meses que Borges está desaparecido.
Antes de sair da casa onde morava, em Rio Branco, o rapaz deixou 14
livros escritos à mão e criptografados (ou seja, usando um código
com símbolos no lugar de letras, para cifrar a mensagem). Parte do
material estava registrada nas paredes, no teto e no chão do quarto.
A polícia trabalha com a hipótese de que o sumiço é, na
verdade,marketing
para promover a obra.
Pelo
que se vê neste volume inicial, houve alguma dificuldade na hora de
"traduzir" o texto para a língua portuguesa. Exemplos:
"tão pouco" no lugar de "tampouco"; "a"
no lugar de "há"; e “atoa” no lugar de “à toa”.
Mas
a ambição do autor está mais no conteúdo do que na forma. Quer
compartilhar conosco suas técnicas – ele chama de "porta para
a inteligência" e "totalmente original". Como o
conceito de conhecimento é mesmo bastante vasto, vale recorrer a
Platão, Aristóteles e Augusto Cury, todos mencionados pelo nome.
Já
no começo, Borges avisa não estar "com a tentativa de fazer
ciência, até porque nem cientista eu sou". "Eu apenas
quero mostrar, (...) essa é uma teoria pela qual eu coloquei em
prática durante anos suas funcionalidades e pude perceber que dava
certo, uma vez que foi dela que saiu tantas ideias totalmente
originais partidas de mim mesmo”.
Imagem
de Bruno Borges (Foto: Arquivo Pessoal)
Após 4 horas de leitura, os 10 'conhecimentos' que o G1 absorveu de 'TAC':
1.
Mire-se no exemplo dos 'sábios' (cadê 'aquelas mulheres'?)
Bruno
Borges não gosta de deixar dúvidas: escreve que o título de "TAC"
é formado pelas iniciais de "Teoria da Absorção do
Conhecimento" – só para o caso de algum leitor menos
perspicaz e impossivelmente distraído não ter notado, nunca se
sabe. Mas o que ele propõe, afinal?
Em síntese, temos de absorver e acumular conhecimento. E que façamos isso a partir de pessoas (só homens, nada de mulheres na lista) que ele chama de "sábios".
E
que, com esse conhecimento, criemos algo novo. E que deixemos esse
algo novo às gerações futuras. Há até uma fórmula, ela é
assim: AB1 + CAB = ABT. Traduzindo: AB1 significa Absorção de
Conhecimento Novo; CAB significa Conjunto de Conhecimento Absorvido;
e ABT significa Absorção Total.
2.
Sexo? Não, obrigado
O
que têm em comum Leonardo da Vinci, Jesus Cristo, Platão, Waldo
Vieira, Chico Xavier, Heráclito de Éfeso, Isaac Newton, Nikola
Tesla e Michael Jackson? Para Bruno Borges, o fato de serem "sábios
assexuados". A qualificação é do próprio autor e é usada em
sentido positivo.
O
lance é que fazer sexo toma tempo – e um tempo precioso, que
poderia ser aplicado precisamente na busca pelo conhecimento. Escreve
ele: “Embora muitos não saibam, o tempo que perdemos pelas nossas
impulsividades sexuais, impedindo-nos de absorver conhecimentos úteis
a fim de criar coisas novas, é imenso. Ora, mas uma relação íntima
por vezes não dura 30 minutos? Certo, mas aí é que entra o fator
comportamento, em outras palavras, o fim justifica o meio”.
E
tem ainda um efeito colateral evidente: o bebê que resulta da
reprodução – outra coisa que consome horas.
O negócio é o seguinte: quem faz sexo tem três preocupações – sobreviver, reproduzir e absorver conhecimentos; quem não faz sexo tem só duas preocupações – sobreviver e absorver conhecimento, segundo a teoria de Bruno Borges.
“Ele
não necessitará dispor de uma quantia exorbitante do seu tempo para
cuidar dos seus filhos, pois nem mesmo filhos terá.” Sagaz.
3.
Não cometerás o pecado da gula (nem da carne)
Michael
Jackson, Leonardo da Vinci, Albert Einstein, Abraham Lincoln,
Aristóteles, Darwin, Isaac Newton, Pitágoras, Platão, Sócrates,
Thomas Edison, Voltaire, Gandhi, Buda, Van Gogh e Nikola Tesla...
Todos "sábios vegetarianos/veganos/crudívoros" na
definição do autor de “TAC”. Ah, mas e daí?
Daí
que essa gente toda "evitaria de comer coisas que são fonte de
prazer para muitos, e que é o maior responsável pelo vício, pela
gula na comida: o apreço pela carne e seus derivados temperados,
fazendo com que os assexuados veganos aumentem ainda sua taxa de
absorção de conhecimento”.
Também chama de "idiotice" a teoria de que "a carne ou comida queimada foi à [crase do texto original] geradora de uma inteligência mais protuberante do homem".
Sim,
o próprio Bruno Borges assegura que tem "uma alimentação e
dieta totalmente frugívera". E acha certo fazer longos períodos
de jejum absoluto, pois isso ajudaria na tarefa de ficar pensando
melhor.
4.
Sem anabolizantes nem ‘santa erva’
Bruno Borges é contra o uso de anabolizantes, maconha (que ele chama de "santa erva", naquele que talvez seja o único exemplo de ironia de toda a obra), remédios para déficit de atenção e cirurgias estéticas.
E
ele consegue esclarecer isso num único parágrafo do livro,
utilizando-se de um fluxo de pensamento e livre associação que são
típicos de seu método.
A
coisa é realmente inflamada, veja você mesmo: "(...) fumar a
santa erva diariamente, impossibilitando de estudar ou trabalhar com
rigor, pela dispersão do foco, o ajuda, em algures verão o absurdo
de alguns obesos não conseguirem emagrecer, alegando que é
predisposição ou problemas na tireóide, mas na verdade só não
conseguem refrear a gula, e por isso pagam para um doutor pegar uma
faca e cortar sua banha (...)".
5.
Seja rebelde, mas com disciplina e durma pouco
Bruno
Borges não só defende que adeptos da TAC sejam radicais como
orgulha-se da invenção de um neologismo: "Nós, radicalistas e
adeptos do radicalismo, determinamos que só se pode ser um membro da
radicalidade (sim, este termo também criamos)".
O autor recomenda fortemente o "sono polifásico" (modalidade em que o sujeito não dorme as 8 horas regulamentares, mas sim tira cochilos breves), que seria praticado por vários de seus "sábios do coração", como Jesus e Napoleão.
E
chegamos, então, a um outro conceito: disciplina, que sem ela
ninguém alcança nada.
Rola
até uma ameaça, num raro confronto menos educado com o leitor:
“caso sinta-se distraído ou ache uma tarefa enfadonha estudá-las,
o que obviamente não passa de 2 laudas, seria útil pedir-lhe
somente mais um favor: cerre este livro de uma vez e senta-te sobre o
gramado, escancare a tua boca cheia de dentes e espere a morte
chegar. Talvez consigas, de praxe, observar um disco voador sobre o
céu, se tiveres sorte, caso não, apenas permaneça como está”.
Disciplina
e determinação. E o primeiro exemplo de quem sabia o que queria é
Kurt Cobain, o líder do Nirvana. Depois vêm Martin Luther King,
Freud e... Hitler.
6.
Isole-se
Para
a Polícia Civil do Acre, que investigou o desaparecimento de Bruno
Borges, o sumiço do autor foi parte de um plano para garantir a
divulgação da obra. A questão ainda não está fechada, mas "TAC"
dá uma pista:
Ao longo da obra, há recorrentes lembranças de que "sábios" gostavam de praticar o isolamento. De novo, a turma aparece: Da Vinci, Tesla, Jesus, Newton, Einstein, Buda e... Michael Jordan (porque ele treinava sozinho). E Raul Seixas.
No
final de maio, conversas encontradas no celular de dois amigos de
Bruno Borges mostraram a intenção deles de ficarem
ricos com a divulgação dos livros criptografados,
informou o delegado responsável pela investigação. "O
desaparecimento em si vem coroar a parte da publicidade",
afirmou Alcino Júnior.
Dias
depois, o delegado disse que a polícia não
tinha "mais responsabilidade sobre o caso".
7.
Hitler, o 'calamitoso'
Outro
que se isolava, lembra Bruno Borges, era o Adolf Hitler. O líder
nazista alemão aparece em duas passagens de "TAC", sendo
chamado de "calamitoso" em ambas. O primeiro comentário é
este: “E o calamitoso Hitler, conseguiria ele colocar em prática
todos os seus sonhos incluídos em seu livro ‘Minha luta’,
escrito quando preso, em isolamento, se ele não tivesse feito uso de
praticamente todos os itens aqui neste estudo, pelo qual não
coloquei seu nome em nenhuma categoria para não inflamar o ódio
sobre leitores que não aceitariam que ele fosse visto como sábio”.
Borges
cita uma passagem de “O carisma de Adolf Hitler”, de Laurence
Rees, na qual "seus companheiros achavam estranho que ele nunca
quisesse tomar uns tragos (veganismo, gula) ou fazer sexo com uma
prostituta (assexuado), passando o tempo livre lendo ou desenhando
(absorvendo conhecimento), ou eventualmente discursando para quem
estivesse por perto sobre algum assunto de que gostasse, estranho que
parecesse não ter amigos ou familiares e, consequentemente, fosse um
homem decidido a ser só (isolamento)".
8.
Usar a TAC pode ser perigoso
Alerta:
a TAC não é só alegria, não. De acordo com o autor, "a
história tem se encarregado de demonstrar que a grande maioria
destes sofriam mais que qualquer outro ser humano na terra", não
deixando de assegurar que "o sofrimento psíquico é muito pior
do que o sofrimento físico". Ele pede "cuidado, muito
cuidado" a quem tiver uma "ideia absurda" e quiser
divulgar por aí.
Na
hora de exemplificar com "praticantes da TAC" que se deram
mal, recorre a casos de gravidade muitíssimo variada: tem Jesus
(“crucificado”), Giordano Bruno (“queimado vivo”) e o coitado
do Thomas Edison (“expulso do primário porque o professor disse
que ele era muito burro e tinha a cabeça oca”).
9.
'Penso, logo crio'
"O
ser humano é uma espécie curiosa", avisa Bruno Borges. Mas por
quê? Porque, ao contrário dos outros animais, "se transvia da
natureza animalesca" – muito embora muitas vezes não se dê
"conta de que também é um animal nu e cru como os demais".
O
fato é que o homem consegue efetivamente criar (teorias, livros
etc.), que é "o real propósito da inteligência humana".
"Eu digo, diferentemente de Descartes ‘penso, logo crio’”, ousa Borges, dando cara nova ao famoso "penso, logo existo".
Mas
o autor é meio radical aqui de novo: "preferiria eu ser
qualquer outro primata a um ignorante humano", conclui, depois
de citar que os primatas sabem "exatamente o que tem que fazer
no mundo".
10.
Nada contra a religião
A
abordagem pode até soar mais “científica” e “filosófica”
do que religiosa. Mas Bruno Borges garante nada ter contra a
religião. “De maneira alguma a TAC nega a importância do senso
comum e da religião”, escreve. Reconhece, inclusive, que “Gandhi
fazem jus das minhas palavras, quando tinha vinte anos, eu passei por
um arrebatamento e uma experiência profundamente mística, isto não
é segredo”.
O
arremate: “Ora, sempre achei uma estupidez insaciável à rixa
entre religiosos e ateus, e não posso entender como os extremistas
de ambos os lados são tão péssimos contempladores. Pois a verdade
é encontrada na natureza, ao nosso redor e na perfeição dos olhos,
mira-se o universo”.
Sábio:
“TAC: Teoria da Absorção do Conhecimento” está catalogado
como: 1. Filosofia e Teoria da Religião 2. Religião 3. Relações
Humanas.
ENTREVISTA
DE BRUNO PARA O FANTÁSTICO
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