Os 34 anos da Noite Oficial dos Óvnis e contínua busca por respostas



Noite dos Ovnis: caso completa 30 anos sem ter mistério desvendado ...




Na noite de segunda do dia 19 de maio de 1986, os céus de São José dos Campos e Rio de Janeiro foram invadidos por cerca de 21 Objetos Voadores não Identificados e perseguidos por cinco caças da Força Aérea Brasileira, alguns deles portando, inclusive, armamento de guerra, com o objetivo de interceptar e possivelmente derrubar algum daqueles objetos. Os radares dos principais controles aréreos do país se encheram com o sinal desses OVNIs, a situação era séria, assustadora, nossos pilotos nem sequer foram capazes de se aproximar dos objetos, vistos por eles como pontos luminosos e multi coloridos em incríveis velocidades de até 15 000 Km/h. Poderia ser uma situação apocalíptica se esse OVNIs demonstrassem algum comportamento hostil e ameaçador, o que, por sorte, não foi o caso.


No outro dia, o que se seguiu, parecia ser um indício de que a política da Força Aérea Brasileira com relação aos OVNIs iria finalmente mudar para melhor, que agora eles olhariam com o devido respeito e seriedade que o Fenômeno UFO merece. A comitiva de imprensa com o Brigadeiro Moreira Lima e os pilotos que participaram da perseguição aos OVNIs não apenas afirmava a realidade do caso como também prometia uma investigação profunda e séria sobre esse evento, só que então, tudo desandou… O relatório do caso prometido para no máximo 1 mês após aquela entrevista, só foi liberado em 2014 e isso por causa da LAI (Lei de Acesso à Informação), o próprio Brigadeiro Moreira Lima, entusiasmado com o que tinha testemunhado, falou bastante emocionado com a Imprensa, completamente certo da grandiosidade do evento, no entanto, isso durou pouco.




Algum tempo depois, ao ser perguntado novamente sobre o assunto, o tom de desconversa era claro, o evento de 19 de maio já não era mais assim tão real, houve quem dissesse que poderiam ter sido plots nas telas do radar que causaram falsos positivos, os pilotos poderiam ter se enganado, houveram cientistas ainda que afirmaram que os objetos vistos naquele dia nada mais eram do que rastros do Cometa Halley que havia passado em fevereiro daquele ano. Por mais inverossímil que essa explicação pudesse parecer, ela foi bastante aceita no meio científico, não por fazer sentido, mas simplesmente porque era suficiente para encerrar aquela conversa chata sobre “discos voadores” que nenhum cientista queria saber, afinal, todos já sabiam de antemão que “Discos Voadores não existem”, então o que os pilotos viram nos céus naquele dia podia ser tudo, menos algo que eles não podiam explicar facilmente.



Com o tempo, deixou-se de falar no assunto, a Imprensa perdeu o interesse, os militares também e os únicos que pareciam não deixar esse assunto morrer eram os ufólogos que, como sempre, insistiam em não esquecer desses fatos extraordinários. Em 2020 vai fazer 34 anos desse incrível evento e, assim como aqueles que aconteceram durante as investigações da Operação Prato, o segredo que foi imposto a ele causou um dano irreparável para alguma pesquisa científica que se quisesse fazer sobre o assunto. O relatório oficial foi liberado 28 anos depois, mas não se sabe se ainda existem documentos relacionados a ele e no caso da Operação Prato, a situação ainda é muito pior, pois se sabe que existem ainda mais documentos como também vídeos dos fenômenos que aconteciam em Colares e nada disso tem previsão de liberação, continuam todos sob o selo de secreto ou ultra-secreto. O porquê disso, ninguém sabe, a única coisa que se sabe, com toda a certeza, é que esse acobertamento prejudicou em dezenas de anos a pesquisa científica dos OVNIs como também afronta o próprio direito democrático. 



Se o governo não considera o Fenômeno UFO uma ameaça, então qual o objetivo em manter tanto segredo sobre ele? E se houver outra “Noite Oficial dos OVNIs”? Qual será o procedimento a ser tomado? Vão se ocultar da população as respostas sobre o caso? Os documentos sobre o assunto vão ficar mais 30 anos em sigilo? São respostas que ainda esperamos de nossas autoridades.



NOITE DOS ÓVNIS, UM MISTÉRIO DE 34 ANOS NÃO SOLUCIONADO PELA FORÇA AÉREA BRASILEIRA

Em maio de 1986, mais de 20 pontos de luz foram avistados no céu de São José dos Campos — mais de três décadas depois, ninguém sabe explicar o que realmente aconteceu
FABIO PREVIDELLI PUBLICADO EM 23/05/2020, ÀS 09H00

Imagem ilustrativa de um Ovni
Imagem ilustrativa de um Ovni - Pixabay

A noite já caia sobre a cidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, quando no céu foram avistados 21 pontos luminosos que mudavam de localização em alta velocidade. Naquele 19 de maio de 1986, há pouco mais de 34 anos, cinco caças da Força Área Brasileira (FAB) foram enviados para combater os objetos que causavam aquele show de luzes desconhecido.
O evento foi notado, em um primeiro momento, pelos radares da torre de comando do aeroporto de São José. Posteriormente, o controlador de voo Sérgio Mota da Silva notou o espetáculo misterioso e acionou o piloto Alcir Pereira da Silva, que viajava em sentido aos objetos com o então presidente da Embraer, Ozires Silva, como passageiro.

Manchete de jornal sobre o evento / Crédito: Divulgação


Alcir, que pilotava um Xingu, estava em viagem de Brasília para São José dos Campos. Em um áudio daquela noite, revelado 28 anos depois, ele afirma que tentou se aproximar do “alvo”, mas que ao chegar, ele mudou de localização em alta velocidade.
Depois da primeira tentativa frustrada de aproximação, a FAB sensibilizou cinco aeronaves oficias da frota de defesa para irem de encontro com as luzes. Ao todo, a perseguição se estendeu por 4 horas.
Mesmo com a repercussão do caso na época e das declarações da Aeronáutica, que se somavam as capas de jornais e documentos e áudios que traziam detalhes do episódio, que ficou conhecido como “Noite dos Ovinis”, o caso foi considerado confidencial pelo governo por quase três décadas e a investigação do evento foi dado como inconclusivo.
Além do mais, o único registro fotográfico daquela noite, feita pelo um fotojornalista da cidade, foi confiscado pela Nasa — esse material jamais foi recuperado. “À época um cientista que se dizia da Nasa foi ao jornal recolher o negativo desse material para análise. Era o único registro que tínhamos do que aconteceu naquela noite. Eles nunca devolveram esse material ou apresentaram um parecer sobre o que a análise das imagens”, revelou o fotografo Adenir Brito em entrevista ao G1.
Mesmo sem o original em mãos, ele ainda guarda como carinho o registro que foi divulgado em preto e branco no jornal do dia seguinte ao evento.
Os envolvidos
Após três décadas, o controlador Sérgio Mota, que hoje tem mais de 60 anos, revelou que, na época, recebeu ordens diretas para que não falasse sobre o ocorrido tanto com seus colegas, quanto com a imprensa. Já desligado da FAB, revelou que o que viu foi “surpreendente”.
Na época, lhe foi passado que as luzes avistadas no céu eram de uma guerra eletrônica, mas ele jamais acreditou nessa versão. “Nesses eventos, possíveis inimigos usam aparelhos para confundirem o radar, colocando pontos de luz. Eles se confundem com aviões e bagunçam o controle do espaço aéreo. Apesar da explicação, esses pontos não poderiam ser vistos por olhos humanos, diferente do que aconteceu naquele dia”.

Imagens que foram divulgadas no jornal / Crédito: Divulgação


Apesar de ser testemunha ocular do evento, garante que não acredita muito na versão de que o ocorrido seria um contato extraterrestre. “Eu não sei o que houve aquele dia. A rapidez, o número de pontos, não sei dizer o que foi aquilo. Mas não acredito em alienígena, quem sabe quando ele chegar para mim e se apresentar com RG, aí eu acredite”, disse sorridente.
Outro envolvido no caso, Ozires Silva, corrobora com a opinião de Sérgio, mas nutre incertezas sobre o que aconteceu. "Claro que pode haver vida fora da Terra. Mas que nós possamos nos comunicar com eles e eles se comunicarem conosco me parece muito pouco viável. As distâncias no espaço sideral são de tal ordem que é muito difícil haver comunicações entre planetas, mesmo do Sistema Solar".
Mesmo o relato não constando nos registros oficiais, Ozires conta que dividiu com Alcir a tarefa de pilotar a aeronave naquela noite. Sobre o evento, o piloto declarou: “Eu fui piloto por muitos anos e nunca tinha visto algo como aquilo. Era ágil demais, impossível que houvesse um humano dentro dela. Eu não sei se era disco, mas era um brilho muito forte”.
O que realmente aconteceu?
Após o ocorrido, o então Ministro da Aeronáutica, o brigadeiro Júlio Moreira Lima, afirmou para os pilotos que o fato seria apurado pela entidade. De fato, foi, mas o resultado do dossiê elaborado em 1986 foi mantido em sigilo até 2014.
No documento, há o relato dos pilotos que alegam terem visto no céu pontos de luz que mudava de cor e se movimentavam com uma velocidade incrível. Segundo o relatório, que ganhou o nome de Possível Aparecimento de Ovini em São Jose dos Campos e Anápolis, “os fenômenos eram sólidos e refletem de certa forma inteligências, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores”.

Dados confidenciais divulgados pela FAB / Crédito: Arquivo Nacional


Os relatórios, hoje, fazem parte do acervo do Arquivo Nacional e podem ser acessados pela internet. O Comando da Aeronáutica declarou, 30 anos após o evento, que “não dispõe de estrutura e de profissionais especializados para realizar investigações científicas ou emitir parecer a respeito desse tipo de fenômeno aéreo”.







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