Uma Indústria de OVNIs Bem Regulamentada: Por Que a 'Lei de Registro de OVNIs' é um Caminho Melhor para a Divulgação
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Congresso dos Estados Unidos |
"Uma Indústria de Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAP) Bem Regulamentada: Por Que a 'Lei de Registro de UAP' é um Caminho Melhor para a Divulgação"
Neste artigo de opinião, Sean Munger, advogado e ex-analista de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, apresenta a Lei de Registro de Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAPRA, na sigla em inglês). Essa proposta legislativa visionária aborda duas necessidades urgentes:
Oferece um caminho para gerenciar, de forma responsável, descobertas científicas revolucionárias — especialmente as detidas por entidades comerciais — que possam ser originárias de inteligência não humana (NHI);
Integra a suposta indústria de UAP, atualmente não regulamentada, em uma estrutura legal transparente, responsável e eficiente.
Enquanto os esforços de divulgação passam da especulação para ações legislativas concretas, a Lei de Registro de UAP proposta aqui apresenta uma abordagem equilibrada e proativa, que respeita direitos de propriedade, promove confiança pública e protege a segurança nacional. É um passo necessário para construir a infraestrutura legal e institucional exigida pelo próximo capítulo do envolvimento humano com fenômenos anômalos não identificados (UAP) e a possível existência de inteligência não humana (NHI).
Este artigo visa revitalizar os esforços legislativos sobre o tema, fomentar debates produtivos e facilitar uma divulgação harmoniosa, aproveitando estruturas e mecanismos de fiscalização já existentes. Um rascunho inicial da proposta da Lei de Registro de UAP pode ser encontrado ao final do texto.
Breve Histórico da Regulamentação e da Indústria
O governo federal tem um longo histórico de criação de frameworks regulatórios para indústrias que lidam com materiais sensíveis e potencialmente perigosos. Um exemplo notável é a Comissão de Energia Atômica (AEC), estabelecida em 1946 para supervisionar energia nuclear e armamentos. A AEC garantiu o uso seguro e responsável de materiais nucleares, equilibrando segurança nacional, proteção pública e ambiental. Esse modelo trouxe uma indústria antes secreta e perigosa para um regime de rigorosa fiscalização governamental, com protocolos, padrões de segurança e transparência.
Setores como farmacêuticos, aviação e telecomunicações também são regulados por agências robustas, como o FDA, FAA e FCC, que impõem conformidade, segurança e confiança pública.
Ao aplicar um framework semelhante à indústria de UAP, podemos resolver a atual falta de supervisão e assegurar que atividades relacionadas a tecnologia NHI ou evidências biológicas sejam conduzidas com responsabilidade e transparência. A Lei de Registro de UAP é um passo crucial nessa direção, alinhando o setor a práticas consolidadas em outras indústrias regulamentadas.
Onde a Lei de Divulgação de UAP (UAPDA) Falhou
Apesar de ter apoio bipartidário, a Lei de Divulgação de Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAPDA), proposta pelos senadores Mike Rounds e Chuck Schumer, falhou duas vezes em ser aprovada em sua forma original. O que começou como um esforço promissor para compelir a divulgação de informações sobre UAP foi diluído por manobras políticas nos bastidores, resultando em uma estrutura burocrática que mantém o status quo.
A versão atual da UAPDA arrisca atrapalhar a divulgação ao criar mecanismos complexos de supervisão, como um conselho de nove membros nomeados exclusivamente pelo Poder Executivo. Esse conselho teria controle sem precedentes sobre o fluxo (ou interrupção) das informações — sem garantias contra opacidade, falta de prestação de contas ou influência política. Em vez de incentivar investigações independentes ou fiscalização congressional, a UAPDA centraliza o controle de materiais e inteligência sobre UAP nas mesmas instituições que historicamente os ocultaram. Essa estrutura não avança a transparência; pode trancá-la indefinidamente.
A UAPDA, como redigida, pode atrasar o engajamento público significativo ao consolidar o controle do Executivo sobre programas relacionados a UAP. Por isso, proponho a Lei de Registro de UAP.
Como a Lei de Registro de UAP Resolve o Problema
Preparando-se para Descobertas Científicas e Comerciais
A UAPRA é visionária. Com a humanidade à beira de avanços transformadores em IA, computação quântica e exploração espacial comercial, a possibilidade de empresas privadas encontrarem tecnologia NHI ou evidências biológicas deixou de ser especulação. A Lei de Registro de UAP cria um processo estruturado para reportar, registrar e supervisionar tais materiais, garantindo que descobertas extraordinárias sejam tratadas com transparência e responsabilidade.
As Alegações sobre o "Programa Secreto de UAP"
Há décadas, alega-se que uma indústria de UAP não regulamentada opera às escuras, supostamente autorizada por ordens executivas. Denunciantes afirmam que entidades privadas e governamentais possuem tecnologia NHI retroengenheirada e até evidências biológicas. Se verdadeiras, essas atividades — sem fiscalização — representam riscos à segurança nacional e à confiança pública.
Preserva Direitos de Propriedade e Incentiva Cooperação
Diferente da desapropriação (que confisca bens privados), a Lei de Registro respeita direitos de propriedade: entidades privadas e governamentais devem registrar e permitir inspeções de materiais NHI. A desapropriação só seria usada se necessária, incentivando cooperação voluntária.
Transparência e Prestação de Contas
A lei cria um registro público, reduzindo o estigma e permitindo que a comunidade científica estude o fenômeno sem ridicularização. Órgãos de fiscalização e o público terão acesso a informações sobre materiais NHI, assegurando atividades responsáveis.
Evita Armadilhas Burocráticas
Ao contrário da UAPDA — cujo conselho de nove membros pode ser politizado —, a Lei de Registro integra a supervisão a estruturas já existentes, agilizando o processo. Além disso, exige um registro público por lei, eliminando riscos de obstrução.
Equilíbrio entre Segurança Nacional e Interesse Público
A lei equilibra a necessidade de segurança nacional com o direito público à verdade. Se certas informações sensíveis forem retidas, a mera divulgação da posse de "Tecnologia NHI" ou "Materiais Biológicos" por entidades já promove a Divulgação.
Benefícios Econômicos via Tributação
Regular a indústria de UAP permitirá sua tributação — como em outros setores —, gerando receitas para serviços públicos e pesquisas.
Conclusão
O tempo da especulação acabou. Se há de fato uma indústria de UAP não regulamentada, como insistem denunciantes, o Congresso deve agir. A Lei de Registro de UAP oferece ferramentas para fazê-lo com responsabilidade, aplicando a mesma lógica regulatória de outros setores sensíveis. Ela garante transparência sem sacrificar segurança nacional, respeita propriedade privada e evita o beco burocrático da UAPDA.
A divulgação não deve mais ser uma questão de "se", mas de "como". A Lei de Registro de UAP é a base adequada para regular essa indústria emergente.
(O texto completo da proposta da Lei de Registro de UAP pode ser lido [aqui].)
Sean Munger é advogado em Massachusetts, formado pela Suffolk University Law School, e ex-analista de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais. Contato: sean@thedebrief.org.
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